esclarecimento

O jornal Estado de Minas publicou ontem, quarta-feira, 2 de setembro, no caderno Gerais, matéria com o título “Desperdício Insustentável”, onde aponta que, não obstante o pedido do Governo de Minas Gerais para que a população da Região Metropolitana diminua o consumo de água face à severa crise hídrica enfrentada, alguns órgãos públicos do executivo mineiro, aí incluída a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), no lugar de economizar, teriam aumentado o consumo de água. Preocupante se fosse verdade. Não é.

“Ao lado da pasta cuja missão é zelar pela conservação de recursos naturais, o pior desempenho entre órgãos estaduais foi da Secretaria de Transportes e Obras Públicas, que aumentou em 15,12% seu consumo”.

Como os valores pagos pelos órgãos lotados na Cidade Administrativa do Governo do Estado não leva em consideração o consumo real do órgão, mas o rateio do valor da fatura dividido pelo número total de usuários, afirmar que houve aumento no consumo especificamente na metade do 7º andar do Prédio Minas ocupado pela Setop é, no mínimo, temerário.

A Assessoria de Comunicação Social da Setop solicitou à reportagem do Estado de Minas a origem dos dados que deram certeza para manchete tão incisiva. Também fomos atrás da origem da informação. Chegamos à fonte e tivemos à tabela repassada pela equipe de transparência pública da Copasa à reportagem. E a constatação deplorável. O jornal Estado de Minas mentiu. A reportagem não teve acesso a nenhuma conta de água da SETOP. Nem poderia. Não há hidrômetro individualizado específico para a SETOP na Cidade Administrativa.

No nosso esforço para compreender a informação para a qual não fomos consultados, checamos, também, o relatório financeiro de pagamento das contas de água da Setop. E por ele podemos afirmar que entre, janeiro e julho de 2014, no rateio da Cidade Administrativa coube à Setop a cifra de R$12,98 mil. Já entre janeiro e julho de 2015 o valor pago foi R$11,95 mil. Isso com as correções necessárias. Decréscimo, portanto.

Nem no aspecto financeiro, portanto, o acréscimo cravado pelo Estado de Minas teria qualquer sustentação. A informação correta e cidadã é que houve, sim, economia de 36,53%, quando comparadas as contas de fevereiro 2015 e julho 2015.

Pena, para o leitor, que o Estado de Minas não checa suas informações. Se checasse não deturparia a verdade dos fatos.

Os 167 servidores lotados na Setop sabem que, tanto no trabalho como em suas casas, o consumo consciente de água é, além de obrigação, um exemplo de cidadania.

Ronaldo Pereira
Assessoria de Comunicação Social da Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas